Por: Rei Mandongue I
Benguela – Com um povo simpático e um litoral recheado de praias paradisíacas, além de um interior rico de reservas naturais, parques de caça, barragens, rios e águas termais, a província de Benguela revelou-se um rico potencial turístico que encantou todos quantos vieram à região para assistir aos jogos da Taça de África das Nações Orange-Angola2010, em Janeiro último.
A província, cujo clima é tropical árido devido à Corrente Fria de Benguela que contribui para uma temperatura média anual amena, é um ponto turístico de referência em Angola, ocupando o segundo lugar depois de Luanda, com mais de 77 monumentos e 30 sítios históricos, sendo cada vez mais o destino de um sem número de angolanos e estrangeiros à procura de sol e das famosas noites das cidades de Benguela e do Lobito.
Benguela, conhecida, pelos belos areais, águas límpidas e pequenas baías, tem como principais atracções no sector de turismo as maravilhosas praias ao longo dos seus 200 quilómetros de costa e excelentes para banho e desportivo náutico, como a Praia Morena, de Santo António, do Pequeno Brasil, (Benguela), Baía Azul, Caotinha, Equimina, (Baía Farta), Restinga, Praia Bebé, Egipto Praia (Lobito).
O Parque Regional de Chimalavera, 40 quilómetros da cidade de Benguela, onde se pode ver o pulo fascinante da Cabra de leque, o Macaco da savana, o Chacal e as Zebras, e a Reserva Parcial do Búfalo, o Dombe Grande- terra de mistérios preenchem ainda o roteiro turístico da província, além do célebre Morro do Sombreiro a partir do qual se tem uma visão incrível da costa benguelense.
No interior, há também muitas zonas turísticas potenciais escondidas, como o centro turístico da Kaála, as águas termais de Kota Kota, (Balombo); o Pico do Lumbi, as águas claras da comuna da Babaera (Ganda); a Barragem do Dungo, as águas termais da Yambala (Cubal), as quedas do rio Coporolo (Chongoroi), entre outros pontos de interesse cultural e histórico que encantam quem visita Benguela.
Impulsionado pelo CAN2010, o sector de turismo é dos que mais crescem na província de Benguela que identificou quatro eixos de desenvolvimento turístico que permitirão o aumento do número de camas de mil e 496, em 2008, para três mil e 177, em 2010, e quatro mil e 177 até 2013.
Já há cerca de duas mil camas em hotéis, residenciais, pensões e similares, números que satisfazem as solicitações da CAF. Entretanto, o sector hoteleiro, em franco desenvolvimento nos dois pólos principais da província – Benguela e Lobito – é composto por 10 hotéis, 32 pensões e 19 hospedarias.
No caso concreto da cidade de Benguela, capital provincial, a actual grande referência no domínio hoteleiro são os hotéis Mombaka, Praia Morena, Luso, enquanto o Hotel Terminus e o Navegantes a testemunharem, com todo o requinte e elegância, destacam-se no Lobito. Há ainda a assinalar o funcionamento de 2 complexos turísticos.
A rede de restauração da província é formada, por seu turno, por 975 restaurantes e similares. A diversão nocturna passa também pelas 4 discotecas e boites e pelos 7 centros recreativos e dancing aí existentes. Sete agências de viagens e oito rent-a-car completam a oferta de serviços relacionados ao sector de turismo.
Devido à realização da 27º edição da Taça de África das Nações Orange-Angola2010, a província de Benguela, viu registar o aumento da oferta hoteleira para satisfazer as necessidades que resultam da crescente procura da região para a prática de turismo, sobretudo entre os meses de Dezembro e de Janeiro.
Como não se pode reflectir em hotelaria e turismo sem formação, 631 hoteleiros benguelenses beneficiaram de cursos sobre “gestão de pequenas e médias unidades”, “cozinha e pastelaria”, “restaurante e bar”, “recepção e andares” e “guias nacionais”, organizados pelo Ministério da Hotelaria e Turismo, para que prestassem um serviço de qualidade a quem visitou a “Cidade Mãe de Cidades” por altura do CAN2010.
Se por um lado, os turistas nacionais e estrangeiros vieram a Benguela, por outro, os empresários locais, incentivados pelo governo, criaram condições para os receber, edificando hotéis, restaurantes, arranjando os locais para lazer e para a prática de desporto, já que com a Taça de África das Nações Orange-Angola2010, a procura por Benguela para a prática do turismo e do lazer aumentou.
Atendendo às potencialidades naturais da província, as autoridades governamentais pretendem restabelecer a província de Benguela como um centro turístico de destaque em Angola, através do número de camas para um total de 4118 e pretendem atingir um fluxo de turistas superior a 225 mil até 2013.
O Hotel “Mil Cidades”, a construção da segunda fase do Hotel Praia Morena, a remodelação do Grande Hotel Mombaka, além do Hotel Luso (Benguela) e o Hotel Tropicana e o Navegantes (Lobito) são as grandes realizações no sector hoteleiro, na província, para assegurar a acomodação das selecções do Egipto, Moçambique, Nigéria e Benin, assim como dos oficiais da CAF.
Não restam dúvidas de que essas acções desenvolvidas aumentaram a oferta de serviços de alojamento na região, satisfazendo as exigências em Benguela, onde há boas estradas, razoável saneamento, e o abastecimento de água potável e o fornecimento e a distribuição de energia eléctrica melhorados em relação aos últimos anos.
Seria inconcebível pensar em turismo sem, no entanto, garantir demais acessibilidades, por isso o aeroporto de Benguela, “17 de Setembro” ganhou um moderno edifício destinado ao embarque de passageiros, fruto da remodelação e modernização a que foi alvo para apoiar as deslocações das equipas e de turistas ao palco do Grupo “C” da prova continental.
Ainda com o intuito de satisfazer as necessidades do intenso tráfego que se espera do CAN2010, a aerogare do Aeroporto da Catumbela, município do Lobito, província de Benguela, recebeu obras de remodelação e de ampliação para melhorar as salas de check-in, embarque, desembarque, protocolar, assim como da pista e placa
A restauração das vias de acesso e dos caminhos-de-ferro de Benguela, que pode vir a desempenhar um papel importante na revitalização do sector turístico, são outras das acções que mudam a imagem da província que recebeu, de Abril de 2002 a Setembro de 2008, a visita de 914 mil e 344 turistas, entre nacionais e estrangeiros.
Segundo o Departamento Provincial de Hotelaria e Turismo, desse universo, 888 mil e 169 são angolanos residentes, quatro mil e 465 não residentes e 21 mil e 710 são estrangeiros idos de Portugal, Brasil, África do Sul, EUA, Namíbia, RDC, China, Vietname, Alemanha, Cabo Verde, Bélgica, México e Inglaterra.
De sua segunda cidade, do Lobito, parte a maior ferrovia do país, que cruza todo o território angolano. Aí situam-se belíssimas praias e há possibilidade de passeios de barco. Destaca-se, também, pelo Carnaval, considerado o segundo melhor do país, após o de Luanda.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Um Tributo à velha Ombaka e à nova Benguela
Por: Rei Mandongue I
Benguela – Falo da província de Benguela, que nas vésperas dos seus 393 anos de existência, a assinalarem-se a 17 de Maio, ganhou um estádio moderno com capacidade de 35 mil espectadores que acolheu, entre outras selecções, o campeão africano (Egipto) na primeira fase da 27ª edição da Taça de África das Nações Orange Angola2010.
A província de Benguela ocupa uma área de 39 mil e 827 quilómetros quadrados e situa-se no litoral centro de Angola, limitando a Norte com a província do Kwanza Sul, a Leste com a do Huambo, a Sudeste com a da Huíla, a Sudoeste com a do Namibe e a Oeste com o Oceano Atlântico.
A província, cuja população está estimada em um milhão, 928 mil e 140 habitantes, na sua maioria da etnia Ovimbumdo e Nganguela, 46 porcento dos quais com menos de 15 anos, divide-se em 9 municípios: Baía Farta, Balombo, Benguela (sede), Bocoio, Caimbambo, Chongoroi, Cubal, Ganda e Lobito.
O território da província representa uma complexa combinação de planaltos escalonados, cortada por vales e rios e é drenada por alguns cursos de água que confinam nas bacias hidrográficas do Balombo, Cubal da Hanha, Catumbela, Cavaco e Coporolo, que definem vales agrícolas importantes da faixa litoral da província (Canjala, Hanha, Cavaco, Catumbela e Dombe Grande).
Os rios Balombo, Catumbela, Coporolo e Cavaco, são os principais da província, onde a língua nacional falada é o Umbundo. As terras que hoje formam esta parcela acabaram por despertar a atenção de Manuel Cerveira Pereira, governador-geral de Angola, entre 1603 e 1607, que nelas se estabeleceu em 17 de Maio de 1617, depois de ancorar a sua nau na baía de Santo António.
Desafiando uma vegetação densa e pântanos insulares, 130 homens europeus e nativos deram o tiro de história da cidade de “São Filipe de Benguela”, localizada na costa de África a oeste e ao fundo de uma espaçosa baía, sob o paralelo 12º 34' 17" hemisfério austral e o meridiano 13º 22' 33" leste de Greenwich.
Com a construção do Caminho-de-ferro de Benguela, no início do século XX, a cidade tornou-se no grande motor da região centro e sul de Angola. Ao longo da linha foram surgindo cidades como a Ganda, o Cubal, e Silva Porto (actual Kuito), o que deu a Benguela o título de “Cidade Mãe de Cidades”.
Por esta altura ocorreu também o “boom” do Lobito, onde se construiu um dos mais importantes portos do sul de África com águas profundas, transformando-o num grande eixo de desenvolvimento da província e do país.
O Clima na província é tropical árido, influenciado pela Corrente Fria de Benguela. A temperatura máxima é de 35, 0º, a média de 24, 2º e a mínima de 10, 4º. A humidade relativa média fixa-se nos 79 porcento e a precipitação média anual nos 268 milímetros.
A província de Benguela apresenta um grande potencial agrícola devido à estrutura dos seus solos e as condições hidrográficas do seu território. Cerca de um milhão de hectares são terras favoráveis ao desenvolvimento da actividade agrícola predominada pela banana, milho, sorgo, batata rena, batata-doce, sisal, algodão, café, palmar, trigo, abacaxi, feijão, mandioca, hortícolas, citrinos, manga, tabaco e cana-de-açúcar.
A província de Benguela está vinculada ao Sistema Político Nacional. A articulação governamental é estabelecida entre o Governo Central e o Provincial, através do Ministério da Administração do Território, do Secretariado do Conselho de Ministros e dos diversos Ministérios Sectoriais.
A produção divide-se em culturas frutícolas (abacate, abacaxi, banana, citrinos, goiaba, mamão, manga e maracujá), culturas hortícolas (cebola, tomate, etc), cultura de tubérculos (batata doce, batata rena, etc), cultura de oleaginosas (algodão, amendoim, girassol), cultura de leguminosas (diversas espécies de feijão, soja), cultura cerealíferas (milho, sorgo, trigo), cultura de café arábica e cultura da cana-de-açúcar.
No sector pecuário, Benguela dispõe de um forte potencial para a criação de gado bovino, suíno, caprino e avícola, ocupando o quarto lugar a nível nacional em termos de produção pecuária. A apicultura na província é uma actividade tradicionalmente forte nos municípios do Balombo e da Ganda.
Benguela é o segundo maior produtor de pescado no país. O sector das pescas tanto industrial quanto artesanal assume uma importância no contexto socioeconómico da província.
O município da Baía Farta é o principal centro piscatório da região, onde se aglomera a maioria das unidades industriais de pesca, seguindo o do Lobito e o de Benguela. Abundam nos mares desta zona espécies como o cachucho, garoupa, corvina, carapau, sardinha e cavala.
O segundo maior parque industrial de Angola está instalado na província de Benguela. Com a recuperação das vias rodoviárias entre Benguela e os restantes centros urbanos do país aliada à nova dinâmica do Porto do Lobito e a reabilitação dos Caminhos-de-ferro de Benguela, a província reassume o seu posicionamento estratégico enquanto importante centro económico do país e da região sul de África.
Das 52 empresas e unidades de produção industrial principais da província concentrados sobretudo nos municípios de Benguela e do Lobito, a maior parte opera no ramo alimentar. Entre estas destaca-se a Soba-Sociedade de Bebidas de Angola, onde se produz, entre outros produtos, a cerveja Cuca.
O sector de indústria alimentar produz, além de bebidas alcoólicas (vinho, whisky, dri gin e licores), confeitaria, farinha de milho, refrigerantes, pão, bolacha, água, mineral, água tónica, sumos, soda e ginger ale.
A província de Benguela é conhecida, essencialmente, pelos belos areais, águas límpidas e pequenas baías recortadas ao longo dos seus 200 quilómetros de costa. Praias como a da Baía Azul, Santo António, Caotinha, Morena, Kuito, Equimina e Restinga do Lobito engalanam o roteiro turístico da localidade.
O sector hoteleiro é composto por 10 hotéis, 32 pensões e 19 hospedarias. Já a rede de restauração é formada por 975 restaurantes e similares.
A diversão nocturna passa também pelas 4 discotecas e boites e pelos 7 centros recreativos e dancing aí existentes. Sete agências de viagens e oito rent-a-car completam a oferta de serviços relacionados com o sector do turismo.
O ensino médio contempla a formação nos institutos, educação, saúde, mecânica e electricidade.
Para além do ensino estatal, também o sector privado está fortemente enraizado na província.
O ramo superior público está representado pela Universidade Rei Katyavala Buila, com os cursos de Pedagogia, História, Psicologia, Geografia, Matemática, Linguística Francesa e Inglesa, Economia e Gestão, Direito, Engenharia, Informática e Educação Especial.
Existem no total 13 unidades hospitalares públicas, com capacidade máxima de 1782 camas.
São elas: Hospital Provincial de Benguela, oito hospitais municipais e quatro comunais. Para além destas estruturas, há ainda 22 centros de saúde públicos nos municípios de Benguela, do Lobito e da Baía Farta. As cinco farmácias públicas da província agrupam-se nas cidades de Benguela e do Lobito.
Benguela é reconhecidamente terra de artistas. Entre os “filhos da terra” que se evidenciaram no domínio das artes contam-se a poetisa Alda Lara, o escritor Artur Pestana “Pepetela”, o “Tio” Raul David, os músicos da nova geração, Matias Damásio, Helvio, Mabela, o grupo de dança Bismas das Acácias.
A Província é rica em monumentos históricos, de entre os quais podemos citar a Igreja da Nossa Senhora do Pópulo, a igreja da Catedral, a Igreja da Nossa Senhora da Graça, o Largo da Peça, a Rua 11, do poeta e escritor Alves de Almeida Santos, o museu de arqueologia, que no passado havia sido a Companhia do Cabo Submarino, instalado durante a Conferência de Berlim para fornecimento de informações, entre outras.
A grande realização na província nos últimos anos em termos de infra-estruturas desportivas foi a construção do pavilhão multiusos “Acácias Rubras”, com capacidade de 2100 lugares. Acolheu a primeira fase do Afrobasket2007. E em Janeiro de 2008 o recinto esteve novamente ao rubro no Campeonato Africano das Nações em Andebol seniores masculinos e femininos.
Benguela – Falo da província de Benguela, que nas vésperas dos seus 393 anos de existência, a assinalarem-se a 17 de Maio, ganhou um estádio moderno com capacidade de 35 mil espectadores que acolheu, entre outras selecções, o campeão africano (Egipto) na primeira fase da 27ª edição da Taça de África das Nações Orange Angola2010.
A província de Benguela ocupa uma área de 39 mil e 827 quilómetros quadrados e situa-se no litoral centro de Angola, limitando a Norte com a província do Kwanza Sul, a Leste com a do Huambo, a Sudeste com a da Huíla, a Sudoeste com a do Namibe e a Oeste com o Oceano Atlântico.
A província, cuja população está estimada em um milhão, 928 mil e 140 habitantes, na sua maioria da etnia Ovimbumdo e Nganguela, 46 porcento dos quais com menos de 15 anos, divide-se em 9 municípios: Baía Farta, Balombo, Benguela (sede), Bocoio, Caimbambo, Chongoroi, Cubal, Ganda e Lobito.
O território da província representa uma complexa combinação de planaltos escalonados, cortada por vales e rios e é drenada por alguns cursos de água que confinam nas bacias hidrográficas do Balombo, Cubal da Hanha, Catumbela, Cavaco e Coporolo, que definem vales agrícolas importantes da faixa litoral da província (Canjala, Hanha, Cavaco, Catumbela e Dombe Grande).
Os rios Balombo, Catumbela, Coporolo e Cavaco, são os principais da província, onde a língua nacional falada é o Umbundo. As terras que hoje formam esta parcela acabaram por despertar a atenção de Manuel Cerveira Pereira, governador-geral de Angola, entre 1603 e 1607, que nelas se estabeleceu em 17 de Maio de 1617, depois de ancorar a sua nau na baía de Santo António.
Desafiando uma vegetação densa e pântanos insulares, 130 homens europeus e nativos deram o tiro de história da cidade de “São Filipe de Benguela”, localizada na costa de África a oeste e ao fundo de uma espaçosa baía, sob o paralelo 12º 34' 17" hemisfério austral e o meridiano 13º 22' 33" leste de Greenwich.
Com a construção do Caminho-de-ferro de Benguela, no início do século XX, a cidade tornou-se no grande motor da região centro e sul de Angola. Ao longo da linha foram surgindo cidades como a Ganda, o Cubal, e Silva Porto (actual Kuito), o que deu a Benguela o título de “Cidade Mãe de Cidades”.
Por esta altura ocorreu também o “boom” do Lobito, onde se construiu um dos mais importantes portos do sul de África com águas profundas, transformando-o num grande eixo de desenvolvimento da província e do país.
O Clima na província é tropical árido, influenciado pela Corrente Fria de Benguela. A temperatura máxima é de 35, 0º, a média de 24, 2º e a mínima de 10, 4º. A humidade relativa média fixa-se nos 79 porcento e a precipitação média anual nos 268 milímetros.
A província de Benguela apresenta um grande potencial agrícola devido à estrutura dos seus solos e as condições hidrográficas do seu território. Cerca de um milhão de hectares são terras favoráveis ao desenvolvimento da actividade agrícola predominada pela banana, milho, sorgo, batata rena, batata-doce, sisal, algodão, café, palmar, trigo, abacaxi, feijão, mandioca, hortícolas, citrinos, manga, tabaco e cana-de-açúcar.
A província de Benguela está vinculada ao Sistema Político Nacional. A articulação governamental é estabelecida entre o Governo Central e o Provincial, através do Ministério da Administração do Território, do Secretariado do Conselho de Ministros e dos diversos Ministérios Sectoriais.
A produção divide-se em culturas frutícolas (abacate, abacaxi, banana, citrinos, goiaba, mamão, manga e maracujá), culturas hortícolas (cebola, tomate, etc), cultura de tubérculos (batata doce, batata rena, etc), cultura de oleaginosas (algodão, amendoim, girassol), cultura de leguminosas (diversas espécies de feijão, soja), cultura cerealíferas (milho, sorgo, trigo), cultura de café arábica e cultura da cana-de-açúcar.
No sector pecuário, Benguela dispõe de um forte potencial para a criação de gado bovino, suíno, caprino e avícola, ocupando o quarto lugar a nível nacional em termos de produção pecuária. A apicultura na província é uma actividade tradicionalmente forte nos municípios do Balombo e da Ganda.
Benguela é o segundo maior produtor de pescado no país. O sector das pescas tanto industrial quanto artesanal assume uma importância no contexto socioeconómico da província.
O município da Baía Farta é o principal centro piscatório da região, onde se aglomera a maioria das unidades industriais de pesca, seguindo o do Lobito e o de Benguela. Abundam nos mares desta zona espécies como o cachucho, garoupa, corvina, carapau, sardinha e cavala.
O segundo maior parque industrial de Angola está instalado na província de Benguela. Com a recuperação das vias rodoviárias entre Benguela e os restantes centros urbanos do país aliada à nova dinâmica do Porto do Lobito e a reabilitação dos Caminhos-de-ferro de Benguela, a província reassume o seu posicionamento estratégico enquanto importante centro económico do país e da região sul de África.
Das 52 empresas e unidades de produção industrial principais da província concentrados sobretudo nos municípios de Benguela e do Lobito, a maior parte opera no ramo alimentar. Entre estas destaca-se a Soba-Sociedade de Bebidas de Angola, onde se produz, entre outros produtos, a cerveja Cuca.
O sector de indústria alimentar produz, além de bebidas alcoólicas (vinho, whisky, dri gin e licores), confeitaria, farinha de milho, refrigerantes, pão, bolacha, água, mineral, água tónica, sumos, soda e ginger ale.
A província de Benguela é conhecida, essencialmente, pelos belos areais, águas límpidas e pequenas baías recortadas ao longo dos seus 200 quilómetros de costa. Praias como a da Baía Azul, Santo António, Caotinha, Morena, Kuito, Equimina e Restinga do Lobito engalanam o roteiro turístico da localidade.
O sector hoteleiro é composto por 10 hotéis, 32 pensões e 19 hospedarias. Já a rede de restauração é formada por 975 restaurantes e similares.
A diversão nocturna passa também pelas 4 discotecas e boites e pelos 7 centros recreativos e dancing aí existentes. Sete agências de viagens e oito rent-a-car completam a oferta de serviços relacionados com o sector do turismo.
O ensino médio contempla a formação nos institutos, educação, saúde, mecânica e electricidade.
Para além do ensino estatal, também o sector privado está fortemente enraizado na província.
O ramo superior público está representado pela Universidade Rei Katyavala Buila, com os cursos de Pedagogia, História, Psicologia, Geografia, Matemática, Linguística Francesa e Inglesa, Economia e Gestão, Direito, Engenharia, Informática e Educação Especial.
Existem no total 13 unidades hospitalares públicas, com capacidade máxima de 1782 camas.
São elas: Hospital Provincial de Benguela, oito hospitais municipais e quatro comunais. Para além destas estruturas, há ainda 22 centros de saúde públicos nos municípios de Benguela, do Lobito e da Baía Farta. As cinco farmácias públicas da província agrupam-se nas cidades de Benguela e do Lobito.
Benguela é reconhecidamente terra de artistas. Entre os “filhos da terra” que se evidenciaram no domínio das artes contam-se a poetisa Alda Lara, o escritor Artur Pestana “Pepetela”, o “Tio” Raul David, os músicos da nova geração, Matias Damásio, Helvio, Mabela, o grupo de dança Bismas das Acácias.
A Província é rica em monumentos históricos, de entre os quais podemos citar a Igreja da Nossa Senhora do Pópulo, a igreja da Catedral, a Igreja da Nossa Senhora da Graça, o Largo da Peça, a Rua 11, do poeta e escritor Alves de Almeida Santos, o museu de arqueologia, que no passado havia sido a Companhia do Cabo Submarino, instalado durante a Conferência de Berlim para fornecimento de informações, entre outras.
A grande realização na província nos últimos anos em termos de infra-estruturas desportivas foi a construção do pavilhão multiusos “Acácias Rubras”, com capacidade de 2100 lugares. Acolheu a primeira fase do Afrobasket2007. E em Janeiro de 2008 o recinto esteve novamente ao rubro no Campeonato Africano das Nações em Andebol seniores masculinos e femininos.
Historiador português defende que África recrie modelos para desenvolvimento harmonioso
Por: Rei Mandongue I
Benguela – O director do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL) da Universidade de Lisboa, o historiador José Eduardo Franco, defendeu recentemente, em Benguela, a necessidade de a África recuperar a sua dignidade como continente berço da humanidade, através da adequação ao seu contexto dos modelos impostos pelo Ocidente, com vista a promover o desenvolvimento harmonioso.
O também director do Instituto Europeu de Ciências da Culturas, afecto à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, falava numa mesa redonda subordinada ao tema “A hiper-modernidade e o mito das nações” realizada pela Universidade Katyavala Bwila, no âmbito das festividades dos 393 anos de fundação da cidade de Benguela, que se assinalam a 17 de Maio.
Afirmando que a África deve perceber que a sua civilização tem a mesma dignidade que as outras, o historiador português admitiu que isso não significa o fechamento do continente às outras civilizações, mas que pode receber contributos para que dê mais ainda em vários planos com a mesma capacidade e grau de pertinência de importância.
O docente luso asseverou que a África é capaz de recriar e adequar os modelos que recebeu das outras civilizações ao seu contexto, podendo inclusive criar tecnologia, sistemas políticos e conceitos novos de acordo com a sua realidade, abrindo perspectivas mais promissoras para o futuro de África, para que seja um continente competente e que abandone as antigas vassalagens.
Neste momento, frisou a fonte, torna-se importante desenvolver-se um processo de reflexão que permitisse à África não importar modelos europeus, mas sim criar aqueles de carácter político, cultural e social mais adequado à genética sociocultural africana nas suas diferentes matrizes e tradições que é totalmente diferente do processo de afirmação do Estado na Europa.
“E não sei se muitas vezes o problema de África não tem sido o facto de ter importado modelos que depois não se soube adequar e recriar?”, questionou-se, assumindo que se deve repensar o processo histórico nos seus diferentes contextos e perceber até que ponto muitas das actuais crises não resultaram da implantação de modelos que depois criam ou repetem erros que outras culturas e civilizações já viveram.
Adiantou que no contexto da hiper-modernidade e da globalização cada vez mais acelerada já não se pode pensar naquela lógica do passado, em que se vivia num mundo compartimentado por continentes que não tinham bases comunicantes entre si e por civilizações que viviam na chamada “solidão de si” ou no processo de dominação de uma civilização em relação à outra.
“Estamos a caminhar cada vez mais para um processo civilizacional que deve passar mais por uma visão das civilizações do que a das velhas hierarquias civilizacionais que já não existem, senão as civilizações com dignidade, prestígio e riqueza próprias”, atestou, dizendo que o futuro da humanidade já não passa na perspectiva do domínio civilizacional mas na do intercâmbio, em que uma civilização possa dar algo a outra e vice-versa.
Segundo ele, hiper-modernidade, do ponto de vista psicossocial e cultural, quer dizer que muitas das conquistas do homem moderno resultando do uso da ciência foram hiperbolizadas, pois se nos séculos XVI e XVIII o desenvolver da ciência e da técnica dava a humanidade possibilidades novas, agora a partir do século XX e XXI com o desenvolvimento dos meios de comunicação social e o aparecimento da internet cria-se uma visão da humanidade totalmente diferente.
De acordo com o interlocutor, nesse sentido, aparece também o homem consumista e os shoppings, supermercados e hipermercados, o que permite, por um lado, que esta sociedade hiper-moderna crie constantemente novas necessidades e, por outro, active e multiplique o desejo humano de querer sempre mais, porque é infinito.
“Além deste aspecto positivo que é o de potencializarmos e realizarmos desejos, também corremos o risco que é o outro que se chama felicidade paradoxal na hiper-modernidade, criando situações de vazio, porque está-se sempre no processo de satisfação de desejos que se vão multiplicando através de necessidades novas e se o homem não é capaz de controlar esse assédio, acaba por criar uma espécie de ovo oco que também o pode abater”, concluiu.
Acompanhado das docentes universitárias Maria José Craveiro e Suzana Alves, que dissertaram sobre os temas “A Cibernética e os desafios da literatura” e “A Universidade como mundo do saber”, respectivamente, José Eduardo Franco está em Angola para dirigir palestras sobre história, antropologia e cultura, tendo já estado no Instituto Superior de Ciências da Educação do Uíge, onde a delegação lusa falou aobre a “História e Cultura africanas na visão europeia”
José Eduardo Franco, autor de mais 50 livros publicados, entre os quais destacam-se “O Mito de Portugal”, “A Ideia de Europa”, “O Mito dos Jesuítas I e II”,”O Mito Milénio”, “O Mito do Marquês de Pombal”,“Dança dos Demónios-Intolerância em Portugal”, “Ordens e Congregações Religiosas no Contexto da 1ª República”, “Entre a Selva e a Corte”,”Jardins do Mundo”, “Brotar Educação”, “O Padre António Vieira e as Mulheres”, “Padre António Vieira-Grandes Pensamentos”,”As Metamorfoses de um Povo”,”A Influência de Joaquim de Flora em Portugal e na Europa”,”Monita Secreta”, “Vieira na Literatura Anti-Jesuísta” e “A Descoberta de Manuscritos Inéditos”, viaja com frequência para dissertar temas de carácter científico em diversos países, como Brasil, Estados Unidos da América, Argentina, Equador, França, Inglaterra, Rússia, Polónia e Itália.
José Eduardo Franco é historiador, poeta e ensaísta, especializado em História da Cultura. Doutorado pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris em História e Civilização e Doutorado em Cultura pela Universidade de Aveiro. Tem desenvolvido trabalhos originais de investigação nos domínios da mitologia portuguesa e das grandes polémicas históricas que marcaram a vida cultural, política e religiosa de Portugal, sendo autor de vasta obra neste domínio.
Coordena actualmente um vasto projecto de pesquisa, levantamento e edição dos Documentos sobre a História da Expansão Portuguesa existentes no Arquivo Secreto do Vaticano financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e promovido pelo Centro de Estudos de Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da Universidade Católica Portuguesa.
Benguela – O director do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL) da Universidade de Lisboa, o historiador José Eduardo Franco, defendeu recentemente, em Benguela, a necessidade de a África recuperar a sua dignidade como continente berço da humanidade, através da adequação ao seu contexto dos modelos impostos pelo Ocidente, com vista a promover o desenvolvimento harmonioso.
O também director do Instituto Europeu de Ciências da Culturas, afecto à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, falava numa mesa redonda subordinada ao tema “A hiper-modernidade e o mito das nações” realizada pela Universidade Katyavala Bwila, no âmbito das festividades dos 393 anos de fundação da cidade de Benguela, que se assinalam a 17 de Maio.
Afirmando que a África deve perceber que a sua civilização tem a mesma dignidade que as outras, o historiador português admitiu que isso não significa o fechamento do continente às outras civilizações, mas que pode receber contributos para que dê mais ainda em vários planos com a mesma capacidade e grau de pertinência de importância.
O docente luso asseverou que a África é capaz de recriar e adequar os modelos que recebeu das outras civilizações ao seu contexto, podendo inclusive criar tecnologia, sistemas políticos e conceitos novos de acordo com a sua realidade, abrindo perspectivas mais promissoras para o futuro de África, para que seja um continente competente e que abandone as antigas vassalagens.
Neste momento, frisou a fonte, torna-se importante desenvolver-se um processo de reflexão que permitisse à África não importar modelos europeus, mas sim criar aqueles de carácter político, cultural e social mais adequado à genética sociocultural africana nas suas diferentes matrizes e tradições que é totalmente diferente do processo de afirmação do Estado na Europa.
“E não sei se muitas vezes o problema de África não tem sido o facto de ter importado modelos que depois não se soube adequar e recriar?”, questionou-se, assumindo que se deve repensar o processo histórico nos seus diferentes contextos e perceber até que ponto muitas das actuais crises não resultaram da implantação de modelos que depois criam ou repetem erros que outras culturas e civilizações já viveram.
Adiantou que no contexto da hiper-modernidade e da globalização cada vez mais acelerada já não se pode pensar naquela lógica do passado, em que se vivia num mundo compartimentado por continentes que não tinham bases comunicantes entre si e por civilizações que viviam na chamada “solidão de si” ou no processo de dominação de uma civilização em relação à outra.
“Estamos a caminhar cada vez mais para um processo civilizacional que deve passar mais por uma visão das civilizações do que a das velhas hierarquias civilizacionais que já não existem, senão as civilizações com dignidade, prestígio e riqueza próprias”, atestou, dizendo que o futuro da humanidade já não passa na perspectiva do domínio civilizacional mas na do intercâmbio, em que uma civilização possa dar algo a outra e vice-versa.
Segundo ele, hiper-modernidade, do ponto de vista psicossocial e cultural, quer dizer que muitas das conquistas do homem moderno resultando do uso da ciência foram hiperbolizadas, pois se nos séculos XVI e XVIII o desenvolver da ciência e da técnica dava a humanidade possibilidades novas, agora a partir do século XX e XXI com o desenvolvimento dos meios de comunicação social e o aparecimento da internet cria-se uma visão da humanidade totalmente diferente.
De acordo com o interlocutor, nesse sentido, aparece também o homem consumista e os shoppings, supermercados e hipermercados, o que permite, por um lado, que esta sociedade hiper-moderna crie constantemente novas necessidades e, por outro, active e multiplique o desejo humano de querer sempre mais, porque é infinito.
“Além deste aspecto positivo que é o de potencializarmos e realizarmos desejos, também corremos o risco que é o outro que se chama felicidade paradoxal na hiper-modernidade, criando situações de vazio, porque está-se sempre no processo de satisfação de desejos que se vão multiplicando através de necessidades novas e se o homem não é capaz de controlar esse assédio, acaba por criar uma espécie de ovo oco que também o pode abater”, concluiu.
Acompanhado das docentes universitárias Maria José Craveiro e Suzana Alves, que dissertaram sobre os temas “A Cibernética e os desafios da literatura” e “A Universidade como mundo do saber”, respectivamente, José Eduardo Franco está em Angola para dirigir palestras sobre história, antropologia e cultura, tendo já estado no Instituto Superior de Ciências da Educação do Uíge, onde a delegação lusa falou aobre a “História e Cultura africanas na visão europeia”
José Eduardo Franco, autor de mais 50 livros publicados, entre os quais destacam-se “O Mito de Portugal”, “A Ideia de Europa”, “O Mito dos Jesuítas I e II”,”O Mito Milénio”, “O Mito do Marquês de Pombal”,“Dança dos Demónios-Intolerância em Portugal”, “Ordens e Congregações Religiosas no Contexto da 1ª República”, “Entre a Selva e a Corte”,”Jardins do Mundo”, “Brotar Educação”, “O Padre António Vieira e as Mulheres”, “Padre António Vieira-Grandes Pensamentos”,”As Metamorfoses de um Povo”,”A Influência de Joaquim de Flora em Portugal e na Europa”,”Monita Secreta”, “Vieira na Literatura Anti-Jesuísta” e “A Descoberta de Manuscritos Inéditos”, viaja com frequência para dissertar temas de carácter científico em diversos países, como Brasil, Estados Unidos da América, Argentina, Equador, França, Inglaterra, Rússia, Polónia e Itália.
José Eduardo Franco é historiador, poeta e ensaísta, especializado em História da Cultura. Doutorado pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris em História e Civilização e Doutorado em Cultura pela Universidade de Aveiro. Tem desenvolvido trabalhos originais de investigação nos domínios da mitologia portuguesa e das grandes polémicas históricas que marcaram a vida cultural, política e religiosa de Portugal, sendo autor de vasta obra neste domínio.
Coordena actualmente um vasto projecto de pesquisa, levantamento e edição dos Documentos sobre a História da Expansão Portuguesa existentes no Arquivo Secreto do Vaticano financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e promovido pelo Centro de Estudos de Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da Universidade Católica Portuguesa.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Tudo vai de mal a pior e ninguém impede a fúria dos motoqueiros
Não é velha a reclamação de muitos citadinos sobre o comodismo, por um lado, e o excesso de zelo, por outro, da Polícia de Trânsito no Lubango. Se, em alguns casos é implacável, noutros parece tímida.
Casos há de pessoas que por pequenas infracções pagam altos valores em multas por violação ao código de estrada, isto é certo. Errado é que estes agentes implacáveis assistem impávidos e serenos a manobras altamente mortíferas praticadas por miúdos, principalmente pigmentados, nas principais avenidas do Lubango em horas de maior tráfego rodoviário.
Não é preciso que nos contem, todos vêem a banalização de que estão a ser alvo as principais estradas da cidade, com pioneiros que usam motorizadas de alta cilindrada, e que as exibem até aos agentes reguladores de trânsito.
Para além do barulho ensurdecedor dos motores destes veículos, os seus condutores colocam em risco vidas de pessoas inocentes.
Fazem de tudo um pouco, desde corridas extralegais, acrobacias de arrepiar, levando as rodas dianteiras entre carros que seguem a mesma direcção e acelerações ruidosas propositadas, mas que ninguém os impede, porquê? Não sabemos, mas gostaríamos.
Já lá se vão os tempos que o Lubango foi uma cidade exemplar, no que a disciplina ao trânsito diz respeito. Nos últimos dois anos, as mortes nas estradas por imprudência dispararam e chegaram as três mil, o que é grave, muito grave.
Mais grave ainda, é que estes "almofadinhas", ilusionistas e tudo mais...tentam demonstrar as suas habilidades próximo as escolas, talvez para que sejam admirados, sem ter em conta o risco de morte que eles mesmos correm, como de pessoas que os circundam.
O desporto motorizado na Huíla é um facto, mas nas competições estes insurrectos não se fazem presente, há uma certa falta de espírito competitivo, o que querem mesmo é mostrar a potências dos seus motores nas ruas da cidade.
Oxalá que quem de direito inverta este quadro, porque se não, será os caos total.
Casos há de pessoas que por pequenas infracções pagam altos valores em multas por violação ao código de estrada, isto é certo. Errado é que estes agentes implacáveis assistem impávidos e serenos a manobras altamente mortíferas praticadas por miúdos, principalmente pigmentados, nas principais avenidas do Lubango em horas de maior tráfego rodoviário.
Não é preciso que nos contem, todos vêem a banalização de que estão a ser alvo as principais estradas da cidade, com pioneiros que usam motorizadas de alta cilindrada, e que as exibem até aos agentes reguladores de trânsito.
Para além do barulho ensurdecedor dos motores destes veículos, os seus condutores colocam em risco vidas de pessoas inocentes.
Fazem de tudo um pouco, desde corridas extralegais, acrobacias de arrepiar, levando as rodas dianteiras entre carros que seguem a mesma direcção e acelerações ruidosas propositadas, mas que ninguém os impede, porquê? Não sabemos, mas gostaríamos.
Já lá se vão os tempos que o Lubango foi uma cidade exemplar, no que a disciplina ao trânsito diz respeito. Nos últimos dois anos, as mortes nas estradas por imprudência dispararam e chegaram as três mil, o que é grave, muito grave.
Mais grave ainda, é que estes "almofadinhas", ilusionistas e tudo mais...tentam demonstrar as suas habilidades próximo as escolas, talvez para que sejam admirados, sem ter em conta o risco de morte que eles mesmos correm, como de pessoas que os circundam.
O desporto motorizado na Huíla é um facto, mas nas competições estes insurrectos não se fazem presente, há uma certa falta de espírito competitivo, o que querem mesmo é mostrar a potências dos seus motores nas ruas da cidade.
Oxalá que quem de direito inverta este quadro, porque se não, será os caos total.
sexta-feira, 26 de março de 2010
Minars estende a mão à Tchavola
Para que quem caminha no deserto durante vários dias, um oásis pela frente pode ser visto como um passaporte para salvação.
Quinta-feira (25/03) o Minars juntou-se aos esforços do governo da Huíla e doou 500 toneladas de bens diversos, numa acção resultante das orientações do chefe do executivo angolano, José Eduardo dos Santos, segundo o Ministro de tutela João Kussumua.
Os bens entregues ao governo provincial, consubstanciam-se em 15 toneladas de alimentos, 400 tendas, 10 mil chapas de zinco e 15 mil cobertores para beneficiar, numa primeira fase, as mil 200 pessoas nesta altura residentes na Tchavola.
Quinta-feira (25/03) o Minars juntou-se aos esforços do governo da Huíla e doou 500 toneladas de bens diversos, numa acção resultante das orientações do chefe do executivo angolano, José Eduardo dos Santos, segundo o Ministro de tutela João Kussumua.
Os bens entregues ao governo provincial, consubstanciam-se em 15 toneladas de alimentos, 400 tendas, 10 mil chapas de zinco e 15 mil cobertores para beneficiar, numa primeira fase, as mil 200 pessoas nesta altura residentes na Tchavola.
quinta-feira, 25 de março de 2010
SONHO DA CASA PRÓPRIA É UM PESADELO PARA JUVENTUDE
O velho sonho da Casa Própria, na juventude, continua a ser um verdadeiro pesadelo que se renova todos os dias.
Esta situação ficou provada, Sábado (20/03), no Lubango, onde mais de 300 jovens concorreram para 92 casa, no âmbito do programa Angola Jovem, que no fundo, no fundo, eram apenas de 35, cujos contemplados foram na sua maioria jovens solteiros e outros sem necessidades para elas.
No meio disto tudo, uma inquietação paira: Qual será o destino das restante casas, uma vez que das 92 apenas 35 foram rifadas? Uma questão com mais de duas mil respostas, algumas das quais especulativas, como é óbvio, mas outras, se calhar acabam por acertar na mosca.
Houve casos de jovens que mesmo antes do sorteio já procuravam clientes para suas casas e manifestando uma clara ignorância aos critérios de pagamento, bem como a falta de necessidade de uma moradia, por enquanto.
Certeza há, que pessoas há, que não concorreram, mas que habitarão o novo bairro, enquanto isto, outros tanto têm de sujeitar-se a construir as suas próprias casas, porque o sonho agora está tornando terror e ninguém quer repetir a mesma experiência de juntar documentação e concorrer em situação completamente desvantajosas com outros.
Saudações
O velho sonho da Casa Própria, na juventude, continua a ser um verdadeiro pesadelo que se renova todos os dias.
Esta situação ficou provada, Sábado (20/03), no Lubango, onde mais de 300 jovens concorreram para 92 casa, no âmbito do programa Angola Jovem, que no fundo, no fundo, eram apenas de 35, cujos contemplados foram na sua maioria jovens solteiros e outros sem necessidades para elas.
No meio disto tudo, uma inquietação paira: Qual será o destino das restante casas, uma vez que das 92 apenas 35 foram rifadas? Uma questão com mais de duas mil respostas, algumas das quais especulativas, como é óbvio, mas outras, se calhar acabam por acertar na mosca.
Houve casos de jovens que mesmo antes do sorteio já procuravam clientes para suas casas e manifestando uma clara ignorância aos critérios de pagamento, bem como a falta de necessidade de uma moradia, por enquanto.
Certeza há, que pessoas há, que não concorreram, mas que habitarão o novo bairro, enquanto isto, outros tanto têm de sujeitar-se a construir as suas próprias casas, porque o sonho agora está tornando terror e ninguém quer repetir a mesma experiência de juntar documentação e concorrer em situação completamente desvantajosas com outros.
Saudações
terça-feira, 23 de março de 2010
Tchavola
TCHAVOLA é um bairro localizado nos arredores da cidade do Lubango, uma zona quase inacessível, devido a ravinas que arranham e quase comem os acessos, mas é também uma zona que o Governo da Huíla identificou há dois anos, como futura área para o crescimento da capital huilana.
Encontra-se a quase 800 metros do nível médio das águas do mar, em relação ao resto da cidade está mais elevada.
Tchavola, em Nyaneka Humbi (língua nacional local) significa algo PODRE, nome dado devido a humidade constante nela patente, com características de uma zona próxima a um pântano, por estar constantemente encharcada.
Uma outra curiosidade, é nesta zona onde foram enterrados mais de 100 mancebos que faleceram do acidente com voo da TAAG em 1988 (por excesso de peso), quando a aeronave despenhou-se após levantar no aeroporto da Mukanka.
Tchavola é onde também foram tranferidas mais de três mil famílias desalojadas das consideradas zonas de risco.
Encontra-se a quase 800 metros do nível médio das águas do mar, em relação ao resto da cidade está mais elevada.
Tchavola, em Nyaneka Humbi (língua nacional local) significa algo PODRE, nome dado devido a humidade constante nela patente, com características de uma zona próxima a um pântano, por estar constantemente encharcada.
Uma outra curiosidade, é nesta zona onde foram enterrados mais de 100 mancebos que faleceram do acidente com voo da TAAG em 1988 (por excesso de peso), quando a aeronave despenhou-se após levantar no aeroporto da Mukanka.
Tchavola é onde também foram tranferidas mais de três mil famílias desalojadas das consideradas zonas de risco.
sexta-feira, 12 de março de 2010
Novidades
Lubango, terra boa para se viver, quem os diz não são os filhos de terra, mas os perfilhados. Muita gente, como Eu, veio ao Lubango para uma curta passagem, quer por trabalho Ou até para estudar, mas que vividas algumas primaveras, tiveram a corajosa decisão de sair de cá.
Alguns formaram famílias, negócios, selaram amizades e outros pretendem fazê-lo já.
Para mi, esta cidade ostenta as mais belas paisagens do país e quiçá da região austral de África.
Há muito que se diga a respeito, mas palavras são sempre palavras, por isso é sempre bom ver p´r a crer.
MS
Alguns formaram famílias, negócios, selaram amizades e outros pretendem fazê-lo já.
Para mi, esta cidade ostenta as mais belas paisagens do país e quiçá da região austral de África.
Há muito que se diga a respeito, mas palavras são sempre palavras, por isso é sempre bom ver p´r a crer.
MS
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